Foto: Divulgação
"Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças" é estrelado por Jim Carrey e Kate Winslet.
Joel (Jim
Carrey) e Clementine (Kate Winslet) tentaram manter o relacionamento durante
anos, mas a mesmice e as discussões passaram a ser mais frequentes do que os
sorrisos. Clementine resolve, então, se submeter a um processo em que apaga seu
ex totalmente de sua memória para conseguir seguir em frente. Joel entra em
desespero quando descobre sua atitude e decide fazer o mesmo. Porém, durante o
procedimento, que acontece enquanto ele está dopado, se arrepende e tenta de
todas as formas impedir que ela seja apagada de sua mente, encaixando-a, então,
em momentos dos quais ela não participava.
“Brilho
Eterno de Uma Mente Sem Lembranças” (2004), roteiro por Charlie Kaufman, é o
tipo de filme que todos deveriam assistir. Sejam pelos personagens, pela
fotografia, diálogos, trilha sonora, história, ou atores.
Jim Carrey,
aquele que já me cansou por sempre fazer as mesmas caras e bocas nas comédias,
mostra que é um ótimo ator dramático, mudando até seu tom de voz para dar vida
ao seu personagem introspectivo, tímido. Kate Winslet, com seus cabelos
coloridos (e há um motivo para isso), geniosa, confusa e impulsiva, em nenhum
momento lembra a Rose no Titanic.
Foto: Correio Feminino
O longa-metragem,
no início, parece confuso, lento, monótono, mas quando passamos a entender o
que está acontecendo e, de certa forma, se identificar com a fase de Joel,
começamos a enxergar o filme de um jeito diferente. Além da mistura com o que é real, sonho,
ficção científica, comédia e drama, existe uma brincadeira com a linha temporal
da história. Não sabemos se estamos no início, meio ou fim. É presente ou
passado? Aí que entram os cabelos coloridos de Clementine, fazendo com que a
gente se encontre no tempo e, por que não, nos fazendo pensar nas diversas
fases de um relacionamento. 
Vale lembrar
dos atores Mark Ruffalo (O Hulk), Kirsten Dunst (antiga Mary Jane do
Homem-Aranha), Tom Wilkinson (James Reid de “O Besouro Verde”) e do Elijah Wood
(o Frodo de “O senhor dos anéis”) que, por mais que tenham personagens menores,
são de grande importância para a trama.
Por fim, Kaufman
em sua sugestão de como esquecer um amor consegue nos fazer rir (não de
bobeiras), se emocionar (mas não facilmente) e refletir muito com sua história
e personagens sensíveis, reais e maduros. Afinal, quando desejamos apagar
alguém da memória, queremos mesmo isso a ponto de realmente nunca mais lembrar
as sensações boas que existiram? E mesmo que a apaguemos, será que em outro
momento ou circunstância, ao reencontrá-la, o sentimento não começaria de novo?
“Eterno Brilho de Uma Mente Sem
Lembranças” nos faz pensar que um grande amor sempre deve ser lembrado.
Resenha escrita por Luane Chinaide, como colaboradora para o Cultura em Pauta.
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